sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

FLOR


Criou se uma flor ao nascer
Flor que preenche o vazio
Sente e faz sentir, pressente
Que é noite e dia
O sol na lua
Dá vida aos sonhos, as preces
Anuncia o amanhã neste minuto
Ao agora o amanhã

Flor que incendeia a calma
Faz ver todos os amanhãs no despertar do dia
Saciando o agora
Afugenta os calafrios
Consome o desanimo
Traz o bem
Se esvazia da tristeza
E se enche dos sentimentos afins

Quando parte, singela saudade
Renasça na lembrança de um olhar
No cheiro do boa noite
No primeiro piscar dos seus olhos
E flor, quando for repousar

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

SUA VOLTA


Se tudo não fizer mais sentido

No dia em que estiver fora de si, perdida
E as coisas não tiverem tanta importância

Eu sempre estarei ai
Eu serei sua volta

Quando caminhar só
Quando não for mais
Senão encontrar palavras

Eu serei sua língua e saliva
Serei suas palavras

Quando seus sonhos forem sós
Suas lágrimas caírem
Eu às beberei

Quando for para longe
Andarei até você
E serei sua volta


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

AS TARDES


A noite cai
As tardes descem ladeira
A chuva escorre em meu rosto
Encharca o amor

Mas não tem nada
Não tem?
Ou tem?
Nada.

O tempo vira sol
E resseca o amor
Que o vento vai levar
Pra renascer do que restou

Mas não tem nada
Não tem?
Ou tem?
Nada, nada, nada.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

É HORA


A dias procuro saber
A tempos tento esquecer
Desde que vi, quis entender

A horas procuro fugir
Sem saber como ir, deixar pra trás
Não cair na mesma melancolia de tempos

A hora é de redescobrir
Eliminar as distâncias que nos eliminam
Admirar duas noites fugazes
Lembrar o que foi natural, real e vivo

Agora procuro sorrir sem culpa
Lembrar a rua e não trombar na porta errada
Seguir a vida, porque não se findou, nem foi solucionado
Está apenas recomeçando...



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O RESTO

Se for prefiro em teus braços
Pra curvar os meus nos teus traços no chão.

Ferir minha dor num golpe teu

Se for prefiro em pedaços
Pra queimar meus pés nos teus passos, arder
Sentir na febre um gesto teu

Eu fiz da angústia meu rastro
O laço que eu quis me guiou
Pra ver meu rosto no teu lugar

Por ti clareia a sombra
Pra eu não ter de novo o mesmo perdão
Não mais pedir pro céus o teu

Nunca sentir o mesmo amor
Guardar pra sempre o resto.

Se for prefiro em teus braços
Se for prefiro em pedaços
E guardar pra sempre o resto...


Rodolfo Gusmão/ Fernando Persiano