... nela, as mãos se apóiam no vão
Porque são solidárias à alma
Que se sente solta, no pior sentido dado a palavra
Quão forte é a lembrança que se torna uma prisão?
Se calam as palavras, se cria a expectativa do outro dia
Que nunca vem, mas a espera se torna um vício.
Os olhos almejam por ver
O corpo, por um carinho
E todos os sentidos, em sentir
Mas a cabeça, apenas em ferir
Com as lembranças que alvejam
Como um tiro de dentro pra fora
Despertando uma angústia desesperada
Sem trégua, sem paz
Com um anseio do sono eterno
Desprezando a razão...
Solidão que insiste em relembrar
Um cheiro, um som, mas não os traz de volta
Insiste em jogar ilusões do que se quer ver
E depois gargalha na decepção
Solidão que por si só, é solidão.
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