domingo, 1 de maio de 2011

NUNCA

Ontem fui espera, hoje nada alenta a queda
Dos sonhos que se vão


Ontem fui inteiro, hoje trago em partes
De tudo que ofereço em mim


Ontem fui um brilho nos olhos, hoje cego sou
De todo avesso do avesso de nós


Cada um que chega, cada segundo que me fenece
Que desprende da alma e me esbarra no ontem que virá


Peço enquanto me vem no peito, lembro de todo encanto
De todo passado no presente e no eterno a incendiar


Reato os nós perdidos no tempo, no gosto do beijo
Uma sucinta angústia do apego que não há de passar


E se ontem fui perdido, hoje desapareço em mim
Ajoelho aos céus e suplico para que seja eterno


Para que o amor se afaste do tempo e se entrelace ao nunca
E que o nunca venha a reinar

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